
Seguindo com seus esforços para ser oficialmente a empresa de luta-livre oficial da extrema-direita estadunidense, a WWE anunciou nessa terça, 18 de março, a realização de um evento de comédia pós-WrestleMania, destacando a participação do polêmico humorista Tony Hinchcliffe.
Hinchcliffe fez uma apresentação durante a campanha do então-candidato republicano – e membro do hall da fama da WWE – Donald Trump em Nova Iorque, em 27 de outubro. Em um monólogo repleto de estereótipos raciais, Hinchcliffe causou controvérsia ao comparar Porto Rico a uma “ilha de lixo flutuando no oceano”. Os comentários pegaram tão mal que até o próprio Trump teve que se distanciar do humorista para evitar uma sangria de votos latinos. “Eu não tenho ideia de quem ele é. Nunca o vi, nunca ouvi falar dele e nem quero“, disse.
O comediante caiu esquecimento até ser anunciado como apresentador do evento Roast of WrestleMania em 20 de abril, em Las Vegas, logo após a segunda noite do WrestleMania 41. Sami Zayn, The Miz, Braun Strowman e Paul Heyman foram anunciados como participantes.
Entre o acobertamento das denúncias de tráfico sexual de Vince McMahon, a parceria com o X de Elon Musk, o contrato com a Arábia Saudita, a participação de Linda McMahon no desmonte do Ministério da Educação americano e Triple H passar o fim de ano no resort de Trump e a controvérsia manufaturada com o hino nacional no Canadá no Elimination Chamber, fica impossível não dizer que a WWE é um braço de entretenimento da extrema-direita americana. É sportswashing, da mesma forma que os sauditas fazem com sua Visão 2030. Preocupante.