
Morreu hoje, 11 de maio, o lendário lutador Terry Brunk, mais conhecido como Sabu, aos 60 anos.
Sobrinho de Ed Farhat, o Sheik, Brunk seguiu os passos do tio e começou na luta-livre em 1985, na Big Time Wrestling de Detroit, promovida por seu tio. Como Farhat, Brunk assumiu uma personagem árabe, com os traços de violência e imprevisibilidade que o tio havia aperfeiçoado.
Mas foi no Japão que Sabu conseguiu fama. Pela ultraviolenta Frontier Martial–Arts Wrestling (FMW), Sabu cobriu seu corpo de cicatrizes e se tornou uma lenda do segmento. Não havia quem olhasse para Sabu e realmente não entendesse que se tratava de um louco solto em um ringue de luta-livre.
Treinado de forma técnica, Sabu também entendeu a beleza nas falhas. Anos depois de sua carreira se acalmar, ele admitiu que errava movimentos de propósito para fazer com que a luta parecesse a mais real possível e que, de fato, ele estava correndo perigo. Sua alcunha de “homicida, suicida, genocida e desafiador da morte” o colocou na lista de desejos de todo fã da luta-livre no começo dos anos 90. Uma fita cassete com uma luta de Sabu era ouro. Seria sempre um espetáculo.
Na Extreme Championship Wrestling (ECW) de Paul Heyman e Tod Gordon, Sabu se tornou um Deus. Não falava e era levado ao ringue amarrado a uma maca, como o canibal Hannibal Lecter, de O Silêncio dos Inocentes. Em sua segunda luta na independente extrema, derrotou Shane Douglas pelo título dos pesos-pesados da ECW.
Talvez sua mais memorável história na ECW seja a parceria e rivalidade com Rob Van Dam. Como dupla ou rivais, os dois criaram mágica em embates memoráveis. Chega a ser estranho ver que a selvageria de Sabu o levou ao revival da ECW sob a WWE anos depois e que ele chegaria a enfrentar John Cena no Vengeance de 2006. Há três semanas, no Joey Janela’s Spring Break 9, Sabu teve sua última luta, contra Joey Janela.
A luta-livre não estaria, hoje, onde está, sem Sabu. Quando ele apareceu, ninguém havia visto nada igual. Uma mistura de técnica, selvageria e acrobacias arriscadas, sangue e imperfeições que não tinham lugar nos moldes perfeitinhos da World Wrestling Federation (WWF) e World Championship Wrestling (WCW). Desde que o molde de Sabu apareceu, gerações o usaram para construir um estilo mais ajeitado. Sem ele, a luta-livre estaria em uma realidade mais higiênica, limpa e pura, sem a sujeira e verdade que apenas o circuito independente temperado por inovadores como Sabu poderia trazer.
Nunca haverá outro Sabu.